segunda-feira, 27 de julho de 2009

veemência anestesiada

nunca vou aceitar menos do que já tive
isso é uma convenção pessoal;
e flui mais forte
conforme não poupa nenhum esforço
para soprar
na direção correta dos ventos;
ora a favor
ora contra
ora incerto sobre seu destino
divaga sobre a insuficiência
criada em suas fantasias
sobre tudo que parece tão vago
e inseguro
nada convincente, e completamente temporário
em minha condição
acredito em algo além...
e essa redoma flexívelmente
transponível permite a entrada de
uma força de amplitude divina
rapidamente dissolve qualquer dúvida ou suspeita
revelando a genuína necessidade
que vai crescendo se espalhando
multiplicando
tomando conta de tudo
não, não é tão previsível como vc havia imaginado
a gente vai completando
como em uma latinha
aonde se guarda seus maiores tesouros
e no meio de uma infinidade de itens
entendo literalmente
o conceito de unidade
e se por engano
cair alguma bobagem ali
eu mesmo me encarrego de
tira-lá, tenuamente
entretanto, arrojada e audaz manobra
ousará
isso sim nos torna aptos à tamanha força
meus Deus, de onde vem tanta confiança?
me distraio enquanto
os crédulos assassinos, aqueles
que incorrem de maneira
matreira e persuasiva
caminham nas sombras
e esquecem como a
verdadeira
estrela brilha,
reluzentemente
principalmente
na mais intensa
escuridão, imersa
no infinito................


Um comentário:

Madchester disse...

"O gosto é cinzento, um pouco avermelhado, nos pedaços velhos um pouco azulado, e move-se como gelatina, vagarosamente. Às vezes torna-se agudo e me fere, chocando-se comigo. Muito bem, agora pensar em céu azul, por exemplo. Mas sobretudo donde vem essa certeza de estar vivendo? Não, não passo bem. Pois ninguém se faz essas perguntas e eu... mas é que basta silenciar para só enxergar, abaixo de todas as realidades, e única irredutível, a da existência."

[Clarice Lispector]

Te amooooo!